Embora ame viagens, não viajei
muito durante a minha infância/adolescência. Ou melhor: viajava sempre para o
mesmo lugar. Meu pai mora em outro estado e desde os 12 anos tive autorização
judicial para embarcar sozinha até o estado onde ele morava. E era para lá que
viajava a cada oportunidade. Embora odiasse a rodoviária ou aeroporto (odeio
até hoje) sempre gostei do percurso, por mais longo que fosse. Talvez um dia
desenvolva esse tema. Mas a primeira vez dessa viagem se refere à minha
primeira viagem internacional.
Sempre amei viagens, e uma das
minhas maiores frustrações foi não ter podido viajar aos 15 para o exterior.
Era uma promessa da família, já que eu não queria festa. Cheguei a tirar o
passaporte, mas a situação se complicou e por problemas financeiros não pude
ir. Sei que parece um capricho, mas tem gente que sonha em ser médico, em
casar, em ter filhos...Eu sonhava em viajar. E se fosse algo improvável seria
mais fácil de lidar, mas no meu caso, tiraram doce da boca da criança... Então,
foi difícil pra mim.
Bem...esse é um outro ponto. Vejo
alguns blogs e me pergunto como as pessoas conseguem tanto tempo ou dinheiro
para viajar. Bem...para mim as coisas não são tão simples. Trabalho muito, faço
malabarismo para conseguir conciliar férias com o meu marido, sou pouco
consumista e estou sempre abrindo mão de gastos supérfluos para viajar, pois
para mim, a viagem é prioridade. (Ainda não tenho filhos, ufa!) Claro que, as
economias do tempo de solteira ajudaram muito em algumas viagens (morar com os
pais economiza muito) e o crescimento da própria economia do país. Ainda assim, como meus bisavós, avós e pais
nunca viajaram como eu, confesso que tenho um orgulho por ter conseguido. E por
isso digo que é possível para muitas pessoas que pensam não o ser...é uma
questão de escolhas e prioridades na vida.
A minha primeira viagem
internacional, no entanto, foi bancada pelo meu pai. Foi uma espécie de
compensação pela história dos 15 anos. Eu já estava com 21, na faculdade, e o
convenci a custear um programa de Work & Travel.
Esse programa, basicamente,
permite que estudantes universitários trabalhem em outro país (principalmente
EUA) durante seu período de férias. Meu pai custeou as passagens e a taxa do
programa com a agência, e minhas despesas seriam pagas com o que eu recebesse
de salário lá.
Ainda me lembro exatamente de
quando estava no aeroporto, um pouco antes de embarcar e meu pai disse: “ainda
está em tempo de desistir”...rs... depois meu pai me confessou que o medo dele era de que eu embarcasse e não
voltasse mais. Todos costumam dizer que
eu sou um pouco “desapegada”...
Bem...fui morar nos Estados
Unidos, em uma cidadezinha chamada Fairfax. Infelizmente não tenho muito o que
falar sobre a cidade, pois não a explorei como faria hoje. Acabei ficando muito
imersa no trabalho e dediquei o pouco tempo livre que tinha para Washington e
Nova Iorque.
Resumindo os quatro meses de
intercâmbio: pouco dinheiro, trabalho que odiei, saudade do Brasil, amigos de
diferentes nacionalidades, lugares incríveis, experiência indescritível.
Como mencionei, eu odiei o
trabalho e durante meu primeiro mês, dezembro, tudo o que eu fazia era contar os
dias para voltar ao Brasil. Nas folgas, ficava no skype com meus amigos
brasileiros ao invés de sair para conhecer os arredores. Até que em 23 de dezembro, ganhei o meu
melhor presente de natal. Uma das intercambistas sugeriu que aproveitássemos a
folga para conhecer um pouco de Washington D.C. Ela já tinha aprendido o
esquema de ônibus, metrô, etc. E foi somente nesse dia que minha estada nos
Estados Unidos começou a valer a pena. Mas isso é assunto para o próximo post
;)
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